terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Comparsa de "Lequinho" conta o motivo das mortes de Janaina Brito e Gabriela Alves

A Polícia Civil obteve mais informações sobre as circunstâncias do assassinato das adolescentes Gabriela Alves Nunes, 13, e Janaína Brito Conceição, 16, com a prisão de Jarbas Cristiano Chaves de Souza, o “Cris”, 24, cujo depoimento robustece a linha de investigação que a polícia havia estabelecido. O inquérito é presidido pelo titular da 4ª Delegacia, delegado Omar Andrade Leal.
Custodiado desde o último sábado (3) no Complexo Policial da Baixa do Fiscal, “Cris” e seu irmão Wisley Chaves de Souza, o “Wil”, também preso, vinham sendo investigados pela equipe da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), que os capturou na localidade de Aratuba, na Ilha de Itaparica. Ambos estão envolvidos em assaltos, especialmente os do tipo “saidinha bancária”.
Interrogado pelo delegado titular Antônio Claudio Pereira Oliveira, que o apresentou nesta segunda-feira (6), à imprensa, na DRFR, juntamente com a delegada Carmem Dolores Bittencourt, diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), “Cris” admitiu fazer parte da quadrilha de Alex Santos Silva, o “Lequinho”, Adriano Silva Nunes e Risovaldo Hora Costa, o “Riso”, apontados como autores da execução das adolescentes. “Cris” negou participação na morte das garotas, mas disse que se juntou ao bando logo após deixar o Presídio de Salvador, onde cumpria pena por roubo.
O criminoso contou ter participado de um assalto a um depósito de bebidas, juntamente com Adriano, e outros dois comparsas identificados apenas como “Amado” ou “Branco”, e “Piloto”, no bairro Pero Vaz. Na ocasião, o bando estava a bordo do veículo Fiat Punto, utilizado posteriormente para transportar os corpos das adolescentes para a Avenida San Martin.
Depois do roubo, o bando se dirigiu para Nova Divinéia, onde já encontraram “Lequinho” em companhia das meninas. Lequinho disse que uma delas alegou ser namorada de um traficante conhecido como Alan, que age na localidade de Manguinho, no Engenho Velho da Federação. Segundo “Cris”, a quadrilha planejava invadir Manguinho e indagaram se as meninas sabiam onde os traficantes escondiam armas e drogas. Janaína e a outra garota indicaram a casa usada como esconderijo pelo traficante Alan.
O grupo seguiu para um terreno baldio e “Lequinho” telefonou para um comparsa, ainda não identificado, que desqualificou a informação das meninas, alertando que elas estariam induzindo a quadrilha a cair numa armadilha. O comparsa teria dito ao telefone que para invadir a área de Manguinho precisariam de armamento pesado, pelo menos oito carros e quatro traficantes em cada um deles.
“Cris” disse em seu depoimento que as meninas passaram a ser agredidas com socos e pontapés depois do telefonema. Contou, então, à polícia ter se afastado do grupo neste momento para comprar comida e que “Lequinho” passou por ele logo depois empunhando um facão, dizendo que iria amolá-lo.
Jarbas Cristiano alegou ter permanecido todo o tempo observando a possível chegada da polícia num ponto que dá acesso a comunidade e por isso não teria participado da morte das garotas. Logo depois, a quadrilha se reuniu e decidiu abandonar os corpos na localidade conhecida como “Malocão”, na Avenida San Martin. A escolha do local teve um motivo: atribuir o crime a outra quadrilha de traficantes.
“Cris” também será ouvido pelo delegado Omar Leal, que continua no comando das buscas a “Lequinho” e “Riso”. Um aparelho celular apreendido com Jarbas Cristiano fará parte do inquérito por conter mensagens possivelmente ligadas ao crime. Uma delas diz textualmente: “Pergunte a ‘Lequinho’ e ‘Riso’”.

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